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Por Nilson Pereira.  Primeiramente quero deixar claro que este texto é destinado a cristãos bíblicos e maduros que entende...



sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Os 458 anos da primeira Ceia do Senhor realizada na América!










Por Nilson Pereira. 

A data do  dia de 21 de março de 2015 marcou os 456 anos de uma prática cristã das mais importantes: a  Ceia do Senhor. 

Desde a data citada anteriormente,  terceiro domingo de março de 1557, esta prática é frequentemente repetida pelo menos uma vez por mês nas Igrejas protestantes por toda a América, do sul ao norte. 

A região da América portuguesa, atual cidade do Rio de Janeiro (hoje, uma das ilhas da Baía de Guanabara, a Escola Naval, ao lado do Aeroporto Santos Dumont), é o cenário deste acontecimento histórico, único, e iniciador do movimento protestante no continente americano, que séculos depois, seria fundamental para diversos movimentos históricos, como a fundação das 13 Colônias que deram origem aos Estados Unidos, a implantação da ideia de governo democrático no mesmo e na América em geral,  a fundação da cidade de Recife por Maurício de Nassau, o fomento a leitura no sul da América dentre outros.



Este singelo, espiritualíssimo e purificador ato, teve início em Jerusalém, na Israel da Antiguidade, com o próprio Jesus, que dividiu o vinho e o pão entre seus primeiros discípulos, conforme relata a passagem contida no Evangelho de Lucas:

''E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele os doze apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça; Porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus. E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós. '' Lucas 22:14-20

Em seguida, Cristo explica o verdadeiro sentido da ceia em si, como ato espiritual, ritual cristão: 

''E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores.Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve. Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve. E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações. E eu vos destino o Reino, como meu Pai me destinou, Para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel.'' Lucas 22:25-30


Entendemos na análise de tal texto dois pressupostos básicos:

O primeiro que, para ser digno da purificação contida na ceia do Senhor, o cristão deverá estar exercendo fielmente seu testemunho, propósito e direção em Cristo, tomando assim parte da pessoa do próprio Jesus, com humildade e espírito apto a servir, o verdadeiro significado da liderança cristã, contrastante com o mundo secular, uma vez que o conceito de liderança para este consiste no líder ser aquele que é servido, e não o principal servidor. A ceia é uma lembrança, de quanto maior você for, menor deve parecer. 

O segundo é ter um espírito apto ao sacrifício em relação ao pecado e até mesmo a morte, a tomar parte do Corpo ( simbolizado pelo pão), e do Sangue ( simbolizado pelo vinho), a ser testemunha de Cristo, nosso primeiro chamado em Deus, até o fim, se necessário for. 

O grande apóstolo Paulo dá ênfase ao que já foi frisado, dando um foque teológico maior a precisão espiritual e seus efeitos na vida do cristão:

''Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.'' 1 Coríntios 11:23-32


Paulo nos deixa a lição de que é  impossível enganar aos olhos Daquele que tudo pode ver, a ceia é algo seríssimo espiritualmente falando, não se pode tomar parte dela sem um coração dirigido a seguir os pressupostos citados anteriormente, ensinamentos de Cristo  que foram repetidos por Paulo. 

Aquele que é cristão, e toma parte da Ceia do Senhor, deve incomodar os que não são com seu testemunho, trazendo sobre si algumas vezes até mesmo traições graves. Como foi com Cristo, os apóstolos e com o primeiro líder realizador da Santa Ceia nas Américas, o doutor em Teologia, calvinista francês, pr. Pierre Richier. 

O texto selecionado da excelente revista Ultimato, edição de maio/junho de 2007, no qual sou fã e assinante, explica bem esta história, dotada de iniciativa, visionarismo, traição, santificação e entendimento. 

Este é sem dúvidas um fato histórico, é também uma importante lição cristã, e meu pedido ao Senhor é que, você, caro leitor, ao lê-la, se identifique, não somente com o pr. Richier, mas também com o nosso Senhor Jesus Cristo, o primeiro e único a viver inteiramente o verdadeiro sentido da Santa Ceia do Senhor. Que nossa geração possa restaurar o sentido da Ceia, que hoje, assim como muitos outros signos cristãos, esta a caminho de ser banalizada. Deus nos abençoe. 


'' No quarto domingo de abril de 1500, o frei Henrique Soares de Coimbra celebrou a primeira missa católica no Brasil. Cinqüenta e sete anos depois, no terceiro domingo de março de 1557, o pastor Pierre Richier celebrou a primeira Santa Ceia no Brasil (e em todo o continente americano). A missa foi ministrada em latim por um religioso franciscano de nacionalidade portuguesa, pouco mais tarde sagrado bispo. A Santa Ceia foi ministrada em francês por um pastor calvinista francês, doutor em teologia. O primeiro evento deu-se ao ar livre numa praia da Baía Cabrália, no litoral baiano. O segundo aconteceu no Forte Coligny, na ilha de Villegaignon, na Baía de Guanabara, onde hoje fica a Escola Naval, ao lado do aeroporto Santos Dumont. 



Na celebração católica, o pão e o vinho foram transformados em corpo e sangue de Jesus (cerimônia chamada de transubstanciação). Na celebração protestante, o pão e o vinho continuaram pão e vinho, mas foram considerados símbolos do corpo e do sangue do Senhor (consubstanciação). Frei Henrique tomou o vinho e o deu aos outros religiosos que estavam com ele, mas não aos demais comungantes. O pastor Richier tomou e ofereceu ambas as espécies a todos os fiéis.

Nos 57 anos compreendidos entre a primeira missa e a primeira Santa Ceia, a Europa foi sacudida pela Reforma Protestante. Richier era dois anos mais novo que João Calvino, de quem tinha sido aluno em Genebra e por quem fora enviado ao Rio de Janeiro para dar assistência aos huguenotes radicados no Brasil e para evangelizar os silvícolas que habitavam a região fluminense. A Santa Ceia reformada aconteceu quarenta anos depois da data histórica da Reforma (1517), 11 anos depois do início do Concílio de Trento (1545), no ano da morte de Catarina von Bora (viúva de Lutero) e 15 anos antes da triste Noite de São Bartolomeu (1572). 

Tanto na instituição da Santa Ceia por Jesus em Jerusalém na noite da quinta-feira da semana da Paixão como na celebração de Pierre Richier no Rio de Janeiro, na manhã de domingo de 21 de março de 1557, havia um sinistro traidor, que, durante algum tempo, conseguiu se esconder. O primeiro chamava-se Judas, o Iscariotes; o segundo chamava-se Nicolau Durand de Villegaignon, vice-almirante e colonizador francês que fundou a França Antártica no Rio de Janeiro em 1555. Em outubro de 1557, sete meses depois de ter tomado a Santa Ceia ajoelhado sobre um coxim de veludo, Villegaignon expulsou os calvinistas da ilha de Serijipe (hoje Villegaignon) para o local chamado La Briqueterie (hoje Olaria). Menos de três meses depois (janeiro de 1558), o pastor Richier e outros genebrinos foram obrigados a voltar para a Europa. No mês seguinte (9 de fevereiro), o ex-comungante mandou estrangular e lançar na Baía de Guanabara os quatro signatários da Confissão Fluminense, uma confissão de fé reformada: Jean de Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon e André la Fon. Por ser o único alfaiate dos franceses e por ter voltado atrás, André la Fon, na última hora, foi poupado. Os outros três tornaram-se os primeiros mártires evangélicos do continente. Foi Richier quem deu o nome “O Caim da América” a Villegaignon. 



O 450º aniversário da primeira Santa Ceia realizada no Brasil e nas Américas foi celebrado no dia 24 de março de 2007 no auditório da Escola Naval, na Ilha de Villegaignon. Logo em seguida, inaugurou-se, na Praça Mattathias Gomes dos Santos, defronte à Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, um monumento escultórico interativo dos pastores que celebraram a Santa Ceia de 1557 (Pierre Richier e Guillaume Chartier). A esta cerimônia e ao culto realizado em seguida, esteve presente o senhor José Alencar, vice-presidente da República.

Na mesma ocasião, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos lançou um selo comemorativo e o Presbitério do Rio de Janeiro, em parceria com a Sociedade Bíblica do Brasil, lançou uma edição comemorativa da Bíblia.'' 


Referências Bibliográficas:

Revista Ultimato. Edição de Maio/Junho de 2007. 

LERY, Jean. Viagem a Terra do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1961. 

















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