Por Nilson Pereira.
Minha intenção com este texto é ensinar e esclarecer. Trazer uma razão para a fé, e uma fé para a racionalidade.
Não pretendo de forma alguma incitar discussões históricas e nem teológicas com o meu texto, situações que entendo ser um grande atestado de tolice.
Eu agradeço a Deus todos os dias pela vida de Martinho Lutero, como cristão, como historiador e como cidadão.
Quando um filho de Deus se manifesta contra o sistema de sua época, como fizeram Cristo, os mártires, os pais da Igreja, os reformadores, o mestre Spurgeon, John Stott, como fazem Paul Washer, John Piper, Augustus Nicodemus, Hernandes Dias Lopes e outros ao redor da História, a humanidade é beneficiada, não somente a Igreja. (Rm 8:19).
Entendo ser um grande absurdo não se estudar História nas Igrejas, por isso, como este blog pertence a um historiador cristão, e tem uma boa visibilidade de cristãos e de historiadores, entendo ser digno postar aqui as 95 teses que o Espirito de Deus inspirou Martinho
Lutero afixar na porta da capela de Wittemberg, localizada no outrora Sacro Império Romano-Germânico, hoje a atual Alemanha, em 31 de outubro de 1517.
O
evento marca o início da Reforma Protestante, e representa um ponto de partida para a
recuperação da sã doutrina. Nos dias de hoje, viajando da Idade Moderna até a Contemporânea. Dentre as principais contribuições deste fato histórico, estão o início da restauração do ideal da Democracia, e o acesso a Leitura por parte da maior parte da humanidade, e claro, a possibilidade de uma retomada do Cristianismo a vivência da Igreja Primitiva, perseguida pelo Império Romano na Antiguidade, e continuamente reconhecida como a que mais viveu um Cristianismo genuíno, puro e simples, parafraseando C. S. Lewis.
É inegável e incontestável a histórica contribuição da Reforma para a humanidade, sobretudo porque ela é o grande início da erradicação do analfabetismo na humanidade.
Não se fala de William Wilbeforce, o homem que foi decisivo na eliminação da escravidão no mundo, político inglês, e líder cristão de sua época. Não se ensina que Martinho Lutero e João Calvino são os nomes responsáveis pela implantação do sistema democrático no mundo ocidental.
Para um estudioso da Bíblia não é nenhuma novidade, uma vez que tudo isso é uma consequência do pós-modernismo, sistema cultural usado para preparar a humanidade para o reinado do Anti-Cristo na Terra, que tem no mito do Estado Laico( que nada tem haver com o Estado Democrático, uma vez que este é ateu, materialista e partidário), sua maior força.
Não se fala de William Wilbeforce, o homem que foi decisivo na eliminação da escravidão no mundo, político inglês, e líder cristão de sua época. Não se ensina que Martinho Lutero e João Calvino são os nomes responsáveis pela implantação do sistema democrático no mundo ocidental.
Para um estudioso da Bíblia não é nenhuma novidade, uma vez que tudo isso é uma consequência do pós-modernismo, sistema cultural usado para preparar a humanidade para o reinado do Anti-Cristo na Terra, que tem no mito do Estado Laico( que nada tem haver com o Estado Democrático, uma vez que este é ateu, materialista e partidário), sua maior força.
O protestantismo trouxe a humanidade o rompimento com o sistema oligárquico e hierarquizado do catolicismo romano, a ideia de que uns merecem o poder acima de todos os outros por uma escolha ''divina'', a ideia de Absolutismo começa a ser rompida com a ajuda da Reforma. A Reforma começa a retomar a ideia de Democracia, a dar a este conceito uma nova roupagem emanada pelos atenienses da Antiguidade Clássica.
O Cristianismo é o primeiro e mais emblemático movimento ideológico a universalizar a humanidade de forma democrática. Não importa quem você é, sua cultura, sua aparência ou sua condição social, basta receber do Altíssimo a fé Nele e se arrepender por consequência, e então serás um dos discípulos de Cristo.
O Cristianismo é o primeiro e mais emblemático movimento ideológico a universalizar a humanidade de forma democrática. Não importa quem você é, sua cultura, sua aparência ou sua condição social, basta receber do Altíssimo a fé Nele e se arrepender por consequência, e então serás um dos discípulos de Cristo.
Vivemos num mundo que quer fazer com que o Cristianismo seja o iniciador de tudo de ruim na humanidade, mas não se fala nas Universidades e Escolas que fomos nós que erradicamos o analfabetismo, implantamos a Democracia e demos origens as ciências.
Passados 496 anos aproximadamente depois do posicionamento deste homem de Deus, percebemos cada vez mais o quanto os protestantes precisam de uma nova Reforma.
Infelizmente, o protestantismo iniciado por Lutero e Calvino é hoje contaminado com o secularismo.
Pastores milionários e ovelhas miseráveis deixaram de ser exceção para se tornar regra.
Mestres que pregam uma falsa doutrina, contaminada por dogmas denominacionais.
A Igreja, que vem do grego eclesia, que quer dizer '' os voltados para fora'', se volta cada vez mais ''para dentro de si'', age como prostituta e não como noiva do Cordeiro. Só pensa em si mesma, esquece a essência de sua existência: missões.
Ter uma denominação é muito mais importante do que ser a guardiã espiritual de uma cidade. Se foi a essência de ser Igreja.
Orando a Deus para que Ele levante uma geração que se inspire nos atos de Martin Lutero e elabore uma nova reforma, voltada para as questões sociais, políticas, culturais e econômicas de hoje.
A Cristandade precisa de uma nova reforma, que esta data, 31/10, possa ser a inspiração para tal.
Tudo pode começar por mim e por você. Voltemos para o Evangelho.
Afinal, o mesmo Espírito que inspirou a Cristo, o primeiro e mais importante protestante da História, a Paulo, a João, a Lutero, a Calvino, A Wesley, a Willbeforce, a Carrey, a Spurgeon, a Edwards, . e a tantos outros anônimos protestantes, habita em nós.
Que possamos entender que a Reforma não foi perfeita em si mesma e que ela não acabou. Todos os dias o Deus Altíssimo conta comigo e com você para sermos usados pelo Mesmo em prol do retorno as Escrituras, a Igreja Primitiva, ao propósito inicial do Senhor para sua Igreja. Isso é Reforma cristã. Não tentar ser mais poderoso e importante que os outros que se dizem cristãos, mas simplesmente viver o Evangelho Puro e Simples, sendo mais servos do que nunca, com o único intuito de se parecer cada vez mais com Cristo.
Como disse um dia um intelectual cristão:
'' A Reforma Protestante é uma tentativa de um rompimento com os regimes seculares no Cristianismo e uma retomada a simplicidade da Igreja Primitiva. ''
''(...) e não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.'' Romanos 12:2
''O justo viverá pela fé.'' Romanos 1:17
"A Reforma aconteceu quando Lutero percebeu que a salvação era um presente (um dom da Graça Soberana) para os culpados, e não uma recompensa para os justos. - Reformation Day!"
Josemar Bessa
''O justo viverá pela fé.'' Romanos 1:17
"A Reforma aconteceu quando Lutero percebeu que a salvação era um presente (um dom da Graça Soberana) para os culpados, e não uma recompensa para os justos. - Reformation Day!"
Josemar Bessa
Luis Eduardo Struciati
Que Deus tenha misericórdia de nós e que levante novos homens com o mesmo Espírito que tanto inspirava Matinho Lutero. A seguir, uma descrição cristã sobre a origem da palavra protestante e logicamente as 95 teses de Lutero, onde tudo oficialmente começou.
PROTESTANTISMO
PROTESTANTISMO
O que o protestantismo é em sua essência e o que deve ser:
O Protestantismo é direcionado para Somente Cristo, Somente a Fé, Somente a Graça, Somente as Escrituras, Glória Somente a Deus.
O Protestantismo proclama alto padrão moral biblicamente em todas as áreas da sociedade.
O Protestantismo exalta a vida da família.
O Protestantismo defende como conceito que a Igreja é de Cristo, não dos papas nem dos pastores.
O Protestantismo na Idade Moderna incentivou a agricultura, a indústria, o comércio e a navegação.
O Protestantismo defende a soberania do Estado e a democracia.
O Protestantismo promove a restauração do indivíduo e da sociedade.
O Protestantismo incentiva a Política a restaurar seu domínio para o homem.
O Protestantismo incentiva a Ciência a restaurar seu domínio para o homem.
O Protestantismo apoia o desenvolvimento da Arte para o homem.
O Protestantismo eleva a Religião Cristã.
O que o protestantismo não é nem deveria ser...
Protestantismo não é abrir seita em cada esquina,
Protestantismo não apoia nem encobre pastores ladrões, pedófilos, estupradores, místicos, mentirosos, heréticos, homossexuais, adúlteros, idólatras e outros amantes da injustiça e da impiedade.
O Protestantismo não apoia os movimentos evangélicos pós-modernos, como a Teologia da Prosperidade e outras teologias contemporâneas.
O Protestantismo rejeita o “amém” da multidão evangélica.
O Protestantismo não é meramente um movimento eclesiástico e dogmático, mas um SISTEMA DE VIDA que trata biblicamente nossa relação com Deus, com o próximo e com o mundo.
fonte: site: frases protestantes.
Segue as 95 teses:
Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da
verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. padre Martinho
Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o
assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.
Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
1ª Tese
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Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo:
Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra
seja contínuo arrependimento.
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2ª Tese
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E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como
referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a
cargo do ofício dos sacerdotes.
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3ª Tese
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Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento
interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não
produz toda sorte de modificações da carne.
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4ª Tese
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Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a
verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a
saber, até a entrada desta para a vida eterna.
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5ª Tese
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O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além
das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos
papais.
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6ª Tese
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O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar
aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram
reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em
absoluto anulada ou perdoada.
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7ª Tese
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Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o
subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.
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8ª Tese
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Canones poenitendiales, que não as ordenanças de
prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas
aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos
moribundos.
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9ª Tese
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Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa,
excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da
necessidade suprema.
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10ª Tese
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Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam
e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para
o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
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11ª Tese
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Este joio, que é o de se transformar a penitência e
satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do
purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.
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12ª Tese
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Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e
satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da
absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do
pesar.
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13ª Tese
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Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão
mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de
sua imposição.
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14ª Tese
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Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha
às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto
menor o amor, tanto maior o temor.
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15ª Tese
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Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras
cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se
avizinham da angústia do desespero.
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16ª Tese
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Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes
quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero
e certeza.
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17ª Tese
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Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e
o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
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18ª Tese
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Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações
e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da
possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
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19ª Tese
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Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do
purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante
nós termos absoluta certeza disto.
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20ª Tese
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Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as
palavras, perdão
plenário de todas as penas, que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.
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21ª Tese
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Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao
afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a
indulgência do papa.
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22ª Tese
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Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no
purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na
presente vida.
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23ª Tese
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Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das
penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
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24ª Tese
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Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as
pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo
com as penas pagas.
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25ª Tese
|
Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o
purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem no seu bispado e na sua
paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.
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26ª Tese
|
O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em
virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma
de intercessão.
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27ª Tese
|
Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento
em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
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28ª Tese
|
Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o
lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão
da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
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29ª Tese
|
E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser
libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.
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30ª Tese
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Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e
pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno
perdão dos seus pecados.
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31ª Tese
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Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e,
pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança
indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.
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32ª Tese
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Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles
que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
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33ª Tese
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Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem:
A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de
Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.
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34ª Tese
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Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à
pena satisfatória estipulada por homens.
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35ª Tese
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Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que
querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não
necessitam de arrependimento e pesar.
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36ª Tese
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Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente
dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da
dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
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37ª Tese
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Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é
participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo
sem breve de indulgência.
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38ª Tese
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Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição
por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma
declaração do perdão divino.
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39ª Tese
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É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos
teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da
indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.
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40ª Tese
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O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o
castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as
aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.
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41ª Tese
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É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência
papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência
preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.
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42ª Tese
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Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião
do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada
com qualquer obra de caridade.
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43ª Tese
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Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos
pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.
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44ª Tese
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Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o
homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor
senão mais seguro e livre da pena.
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45ª Tese
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Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo
padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não
adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.
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46ª Tese
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Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura ,
fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com
indulgências.
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47ª Tese
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Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências
livre e não ordenada
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48ª Tese
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Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa
conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de
dinheiro.
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49ª Tese
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Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as
indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito
prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.
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50ª Tese
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Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa
tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências,
preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada
com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
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51ª Tese
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Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu,
preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do
dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a
própria catedral de São Pedro.
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52º Tese
|
Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no
mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação
da Palavra do Senhor.
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53ª Tese
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São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da
prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.
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54ª Tese
|
Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade
e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa
oferecesse sua alma como garantia.
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55ª Tese
|
A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a
indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia,
enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem
sinos, centenas de pompas e solenidades.
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56ª Tese
|
Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui
as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido
na Igreja de Cristo.
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57ª Tese
|
Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos
pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
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58ª Tese
|
Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos,
porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam
salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem
exterior.
|
59ª Tese
|
São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no
sentido em que a palavra era usada na sua época.
|
60ª Tese
|
Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que
estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de
Cristo.
|
61ª Tese
|
Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição
em determinados casos o poder do papa por si só basta.
|
62ª Tese
|
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da
glória e da graça de Deus.
|
63ª Tese
|
Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado,
porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.
|
64ª Tese
|
Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o
mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.
|
65ª Tese
|
Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as
redes com que se apanhavam os ricos e abastados.
|
66ª Tese
|
Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que
hoje se apanham as riquezas dos homens.
|
67ª Tese
|
As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a
mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes
proventos.
|
68ª Tese
|
Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais
Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.
|
69ª Tese
|
Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os
comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência-
|
70ª Tese
|
Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos
olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens
recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.
|
71ª Tese
|
Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras
insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.
|
72ª Tese
|
Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências
papais é excomungado e maldito.
|
73ª Tese
|
Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar
com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem
astuciosamente.
|
74ª Tese
|
Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão
àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a
verdade pela sua maneira de agir.
|
75ª Tese
|
Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto
de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse
desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.
|
78 ª Tese
|
Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem
mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que
constitui.
|
77ª Tese
|
Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não
poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.
|
78ª Tese
|
Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o
sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as
virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.
|
79ª Tese
|
Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas
do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é
blasfêmia.
|
80ª Tese
|
Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante
linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.
|
81ª Tese
|
Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente
a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida
reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.
|
82 ª Tese
|
Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas
as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face da mais
premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto,
quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro,
livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?
|
83ª Tese
|
Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano
em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para
o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou
pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto continuar a
rezar pelos já resgatados?
|
84ª Tese
|
Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que
permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por
amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua
grande necessidade por livre amor e sem paga?
|
85ª Tese
|
Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz
muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante
dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?
|
86ª Tese
|
Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais
principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S.
Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?
|
87ª Tese
|
Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro
proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o
direito à indulgência plenária?
|
88ª Tese
|
Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa,
como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e
participação da indulgência a título gratuito.
|
89ª Tese
|
Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o
dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos,
aos quais atribuía as mesmas virtudes?
|
90ª Tese
|
Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da
força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o
papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
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91ª Tese
|
Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e
sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo
teriam surgido.
|
92ª Tese
|
Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de
Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.
|
93ª Tese
|
Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à
grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.
|
94ª Tese
|
Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua
Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.
|
95ª Tese
|
E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de
muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.
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