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Por Nilson Pereira.  Primeiramente quero deixar claro que este texto é destinado a cristãos bíblicos e maduros que entende...


Nilson O. P. Pereira

Nilson O. P. Pereira

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Racismo na História.


A origem dos preconceitos raciais se perde nos tempos. Desde a Antiguidade, onde povos como romanos e judeus, ao se referir aos povos que fossem etno-morfologicamente, culturalmente e religiosamente distintos dos citados, eram marginalizados por estes, inclusive com o uso de uma denominação pejorativa, de bárbaros pelos romanos e gentios pelos judeus!

Na Idade Média, embora houvesse preconceito racial, o que mais chama a atenção é sem dúvidas, o de cunho religioso.

Na Idade Moderna, no século XVI com a chegada dos europeus nas Américas e na África Negra, houve um forte debate intelectual perpetuado na Europa Ocidental sobre teses se negros e ameríndios teriam ''alma e espírito'', se ambos poderiam de fato ser considerados como seres humanos, ou seriam animais semi-racionais, um pouco acima dos irracionais, porém não racionais.

As discussões fervorosas e intelectualizadas entre o jurista Sepúlveda, e o frei dominicano Las Casas (este, defendendo que tantos negros, quanto ameríndios deveriam ser evangelizados, pois possuíam sim alma e espírito, portanto eram seres humanos. Já os adeptos daquele, defendiam a tese anteriormente citada), foram o pontapé inicial de uma árdua e durável discussão, que legitimava para os adeptos da corrente hipotética de Sepúlveda, o uso da escravidão a força dos negros e ameríndios pelos europeus ocidentais e cristãos, que precisavam de uma base religiosa para estabelecer o uso de suas teses.

Os adeptos deste nocivo etnocentrismo europeu neste período usavam de uma forma totalmente fora do contexto, o texto bíblico de Gênesis capítulo 9, onde Noé amaldiçoa seu próprio neto Canaã, mas na verdade, profetisa todo um contexto histórico extremamente atual.

É praticamente um consenso de que com este episódio surgem os primórdios das discussões antropológicas na humanidade.

Modernamente, porém, o racismo adquiriu relevância teórica com a obra de José Arthur, o conde Gobineau - Ensaio sobre a desigualdade da raça humana (Essai sur l'inégalité des races humaines), de 1853-5, considerada a bíblia do racismo moderno.

Afirmava ele a superioridade geral da raça branca sobre as outras, e a dos arianos, identificados como os louros de descendência germânica, sobre os demais brancos. Gobineau interpretou a história pelo prisma do conflito de raças e acreditava, por exemplo, que a Revolução Francesa de 1789 foi uma vitória da raça inferior, a de origem celta-romana que ainda sobrevivia na França e que aproveitou a ocasião do assalto à Bastilha para vingar-se dos francos-germanos que, desde o século V, eram a raça dominante no país. Desde então, para Gobineau a França decaíra. No ensaio, o Conde caiu no inteiro agrado do círculo de Wagner, que o jovem professor Nietzsche então frequentava.

O mais conhecido seguidor e divulgador do ideário racista na Alemanha foi o inglês Houston S.Charmberlain, membro da Sociedade Gobineau e genro de Richard Wagner, que apesar de ser um gênio musical tornara-se um anti-semita fóbico. Chamberlain, que viveu a maior parte do tempo na Alemanha, onde publicou Os fundamentos do Século XIX(Die Grundlagen des Neunzehnten Jahrhunderts) em 1899 - consagrando-se como o verdadeiro "imperador da antropologia alemã" -, defendia a tese de que era inquestionável a superioridade do ser teutônico, louro, alto e dolicocéfalo, sobre todos os demais. Para ele, o homem perfeito, superior, correspondia em geral ao tipo nórdico.

Os alemães, para ele, eram o povo mais bem dotado entre todos os europeus, estando bem mais acima do restante da raça branca. A enorme acolhida que sua obra teve naquela época na Alemanha explica-se por ela ter sido contemporânea ao império guilhermino, então no seu apogeu. O II Reich alemão, formado em torno da Prússia depois que ela alcançou a vitória na guerra de 1870 contra a França, fez da antiga Germânia a maior potência industrial e militar do mundo de antes da Primeira Guerra Mundial. O livro de Chamberlain, como não podia deixar de ser, inflavam de orgulho os alemães ao associar a excepcionalidade do momento em que viviam como resultante de um feliz destino racial, determinado pela própria natureza.

Para ele e para os historiadores racistas que o seguiam, a queda do império de Roma deveu-se aos romanos terem-se descuidado da manutenção e preservação da sua superioridade racial. Ao se miscigenarem (mistische) com os povos vencidos, inocularem-se com sangue das raças derrotadas, o que os levou a um enfraquecimento genético e à inevitável decadência. Uma política que almejasse o apuro racial era a consequência lógica a ser rigorosamente adotada por qualquer povo consciente da sua superioridade étnica que desejasse manter elevada a sua cultura e o seu domínio.

Os recentes ataques terroristas na Noruega, causados por um adepto destas teorias racistas, e mais do que isso, o apoio surpreendente e lamentável de políticos com certa relevância no cenário europeu a estes acontecimentos, suscitaram discussões mais cautelosas e urgentes sobre o tema do racismo.

Num mundo cada vez mais globalizado e miscigenado, onde ambos os aspectos são inevitáveis, onde o nação mais poderosa do mundo, historicamente racista, elege um presidente de origem medo-oriental, negro, onde o país mais miscigenado de todo o planeta, o Brasil, é apontado por todos, especialistas e leigos, como o país mais promissor que existe hoje no cenário sócio-político mundial, cabe teorias que por mais que um dia tenham sido consideradas científicas, mas que a própria Ciência decretou suas falências, ditando atitudes tão consistentes dentro deste cenário global de hoje?

Cabe refletirmos sobre o que a nossa sociedade contemporânea tem alimentado teorias novas, aperfeiçoadoras, mas condizentes com o panorama e as tendências do mundo atual, ou resquícios falidos comprovadamente, teorias e filosofias que servem como uma espécie de aspectos negativos de eras da Humanidade que esta mesma hipócrita sociedade moderna diz não ter compromisso algum.

É tempo de reflexões científicas, religiosas, sociais e políticas!

Ass: Nilson Pereira.

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