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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Grandes historiadores - Marc Bloch.




Por Nilson Pereira.

Considerado por muitos um dos  maiores historiadores que já existiu, Marc Bloch se destaca também pela sua resistência política, o que o consagrou como mártir em oposição ao Nazismo.

Bloch é um dos fundadores da célebre e fundamental a História como ciência, Escola dos Annales.
Dentre suas obras e frases históricas, destacam-se sua obra inacabada Apologia da História e Os reis taumaturgos, onde Bloch mostrava, dentre outras coisas, a sustentação de que os reis na Idade Moderna eram considerados décimos terceiros apóstolos de Cristo, por isso teriam o poder para curar através do toque régio, e tinham legitimidade divina para exercer o poder.



Descrição e Bibliografia:

Marc Léopold Benjamim Bloch (Lyon6 de julho de 1886 — Saint-Didier-de-Formans16 de junho de 1944) foi um historiador francês notório por ser um dos fundadores da Escola dos Annales e morto pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Filho de Gustave Bloch, professor de História Antiga, Marc Bloch estudou na Escola Normal Superior de Paris, em Berlim e em Leipzig antes de ser bolseiro (bolsista) daFundação Thiers(1909-1912).
Participou da Primeira Guerra Mundial na arma de infantaria, sendo ferido e recebendo uma condecoração militar por mérito.

Após a guerra ingressou na Universidade de Estrasburgo, instituição onde conheceu e conviveu com Lucien Febvre. Com este fundou, em 1929, a "Revue des Annales". Em 1936, sucedeu a Henri Hauser na cadeira de História Económica da Sorbonne. A revista e o seu conteúdo conheceram sucesso mundial, dando origem à chamada "Escola dos Annales", cuja linha de estudos por sua vez influenciou as chamadas "Nova história" e "História das mentalidades".

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, e a ocupação nazista da França, Bloch, por ser judeu, teve que deixar a direção da Revista dos Annales, que passou a ser comendada apenas por seu colega Lucien Febvre. Além disso, Bloch militou na resistência francesa. Detido e torturado pelaGestapo, foi fuzilado em 16 de junho de 1944.

É considerado o maior medievalista de todos os tempos, e, na opinião de muitos, o maior historiador do século XX. Seus trabalhos e pesquisas abriram novos horizontes nos estudos sobre o feudalismo.
Foi um dos grandes responsáveis por importantes inovações no pensamento histórico. Defendeu o abandono de sequências pouco úteis de nomes e datas e estimulou uma maior reflexão sobre a a relação entre homem, sociedade e tempo na construção da História.
Tornou-se célebre a sua resposta a questão "O que é a História?": "É a ciência dos Homens no transcurso tempo."
A sua última obra, "Derrota Estranha", foi uma avaliação da derrota francesa a partir da invasão alemã. Na fase final da vida escreveu "Apologia da História", que deixou inacabada devido à sua morte.

Apologia da História:

Marc Bloch tem um vigor necessário para todo historiador, pois discute o ofício em suas minúcias; faz apologia da história, e escreveu sobre esse tema enquanto lutava pela Resistência Francesa (Lion), e enquanto era torturado pela Gestapo.

Fundou a escola e revista dos Annales ou a Nova História, em parcerias com outros historiadores, em 1929; e mesmo sendo um medievalista, nunca se absteve de participar de seu tempo, por isso deixou os manuscritos de seu ofício sobre o nosso ofício e a história como ciência.

O medievalista Jacques Le Goff ressaltou o lado apocalíptico de Bloch – inerente a geração vivida, acolhida em memória coletiva, e de valor histórico. Para sê-lo – Marc Bloch - foi preciso ser carnívoro, andarilho… portanto, o historiador que escreveu Apologia da História (inacabado) reverteu-se em um ato completo de história (In: Apologia da história, p. 34); livro este, publicado postumamente por seu parceiro dos Annales, e também historiador, Lucien Febvre, em 1949.

Bloch foi daqueles a quem se diz aos homens pasmos do presente, o ´porque ´de serem ignorantes de seu passado. Perceber o recente, o presente como pensamento crítico via passado.

O conhecimento é incessante, transformador, e por isso rasga na escrita, abrenovas trincheiras, arranca as entranhas com as próprias mãos. A pesquisa histórica reúne pedaços, lastros, escombros; consegue ler, ver, reler, criticar, analisar, avaliar para colocar na escrita, para falar aos doutos e aos estudantes.

Livros publicados em vida:

Les rois thaumaturges: Étude sur le caractère surnaturel attribué à la puissance royale particulièrement en France et en Angleterre (1924).
Tradução portuguesa: Os reis taumaturgos. São Paulo, Companhia das Letras, 1993.
Les caractères originaux de l'histoire rurale française (1931).
La société féodale (1939).
Tradução portuguesa: A sociedade feudal. Lisboa, Edições 70.
Livros publicados após a morte:
L'étrange défaite (1946).
Apologie pour l'histoire ou métier d'historien (1949).
Tradução portuguesa: Introdução à história. Mem-Martins, Publicações Europa-América.
Apologie pour l'histoire ou métier d'historien. (1949). Edição crítica organizada por Étienne Bloch (1993).

Traduções portuguesas:

Introdução à história. Mem-Martins, Publicações Europa-América.
Apologia da história ou o ofício de historiador, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2001.
Histoire et historiens. Colectânea organizada por Étienne Bloch, Paris, Armand Colin, 1995.
Tradução portuguesa: História e historiadores. Lisboa, Teorema, 1998
Rois et serfs et autres écrits sur le servage. Posfácio por Dominique Barthélémy. Paris, La Boutique de l'histoire éditions, 1996.
Écrits de guerre: 1914-1918. Colectânea organizada e apresentada por Etienne Bloch, com introdução de Stéphane Audoin-Rouzeau. Paris, Armand Colin, 1997.

"O objetivo da História é por natureza o homem." Marc Bloch


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