Por Nilson Pereira.
Em se livro ''Os bestializados'', José Murilo de Carvalho cita Aristides Lobo, propagandista da República, no que se refere ao seu desapontamento quanto ao processo que institui o modelo republicano no Brasil e a falta de participação política popular neste processo.

Aristides Lobo vai usar o termo ''bestializados'' para mostrar a falta de participação política do povo.
José Murilo vai desconstruir esta ideia de que o fato do povo oficialmente não ser agente no sistema político da primeira República ( a Constituição de 1891 excluía os analfabetos do sistema eleitoral, sendo que a maioria da população na época era analfabeta), ele, o povo, participava de forma ativa politicamente sim, através de revoltas e manifestações artísticas ( charges, teatros, músicas e etc), sobretudo como resposta as imposições violentas do Estado.
A relação entre Estado republicano e população era baseada em imposições autoritárias, seja através da lei, seja através do braço armado do Estado, a polícia, e que o povo do Rio de Janeiro, capital federal, que contava com cerca de 500 mil habitantes e com uma população heterogênea composta por 51% de imigrantes, não assistia a tudo de forma passiva e acrítica, principalmente quando estas imposições individuais da população.
A Revolta da Vacina, ocorrida no início do século XX, é um grande exemplo desta relação conflituosa entre Estado e povo que marca a Primeira República.
Oswaldo Cruz, vai desenvolver uma vacina para conter as epidemias que eram frequentes no período, sobretudo a febre amarela, e o governo republicano vai impor a população a vacinação.
A obrigatoriedade da vacinação popular previa impedimentos legais autoritários, como por exemplo, não poder arrumar emprego, o que faz com que o povo se revolte contra a imposição do Estado em massa.
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