O historiador Mário Cléber Lanna Júnior, vai mostrar em seu texto contido no livro ''O Brasil Republicano'' , três diferentes visões que a historiografia brasileira já apresentou sobre o movimento tenentista da década de 1920. A seguir as diferentes correntes:
I - A primeira visão historiográfica é a oriunda da década de 1930, período do governo de Getúlio Vargas, que contava com o exército como importante parceiro, sendo assim, os historiadores adeptos deste víeis, não poderiam remeter-se diretamente ao envolvimentos dos tenentes nas revoltas de caráter reformadoras. Esta visão historiográfica tem no historiador Virgílio Santa Rosa seu principal representante.
Interpretava o Tenentismo como uma expressão da classe média, onde os tenentes, baixa oficialidade do exército, seriam a expressão armada desta classe média popular.
II - A segunda visão exposta pelo autor é desenvolvida nas décadas de 1960 e 1970, tem como principais nomes José Murilo de Carvalho e Edmundo Coelho.
Interpreta o Tenentismo como uma expressão do descontentamento do próprio exército, representado pelos tenentes, baixa oficialidade. O desprestígio das forças armadas junto ao governo ( que para José Murilo vem desde a Monarquia), a falta de estrutura do exército, que dependia de treinamentos vindos de fora do Brasil ( França, Alemanha e EUA), e principalmente a fraquíssima mobilidade de crescimento de patentes dentro da corporação ( José Murilo diz que poderia demorar 20 anos para um tenente subir de patente) não influenciar nas revoltas tenentistas.
III - A terceira visão desenvolvida da década de 1980 até os dias de hoje, é representada pela historiadora Anita Leocádio Prestes, filha do líder do movimento tenentista mais famoso: a Coluna Prestes.
Interpreta o Tenentismo como uma espécie de ''caixa de ressonância'', que é a voz tanto das classes médias, quanto dos membros de baixa oficialidade do exército.
As classes médias vêem no Tenentismo um apoio armado para dar voz aos seus descontentamentos, sobretudo por questões econômicas, e por uma mais abrangente participação política), por sua vez, os tenentes viam na classe média apoio popular que sempre é fundamental em revoltas.
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