José Murilo de Carvalho vai trazer em sua obra intitulada ''O Teatro das Sombras'' descrever historiograficamente o contexto do período que vai levar a Abolição da Escravatura.
O autor vai frisar que a Lei Euzébio de Queiroz que extingue oficialmente o tráfico negreiro no Brasil, teve o apoio das elites como um todo, porque ainda que estas fossem compostas por proprietários de escravos, havia toda uma tensão entre as elites e os traficantes de escravos, que apesar de não possuírem poder político, detinham poder econômico cada vez maior.
Para estas elites escravocratas, extinguir o tráfico negreiro era o ideal, porque estas já possuíam grande quantidade de escravos e ainda por cima eliminariam a fonte do poder econômico dos traficantes.
A Lei do Ventre Livre de 1871, que dava alforria a todos os filhos de escravos ao atingirem a maioridade e nascidos a partir da data de promulgação da lei, faz rachar as já estremecidas relações entre a Monarquia e os proprietários de escravos, que vem assim desde a Guerra do Paraguai.
O Estado queria limitar o poder dos proprietários, com a intenção de controlá-los nas questões políticas e econômicas.
Vale ressaltar que a Lei do Ventre Livre racha as próprias elites, uma vez que as elites do Norte e Nordeste são o favor da lei, já que não possuíam uma dependência tão grande de mão-de-obra escrava, e as elites do Sul e do Sudeste são contra, por possuírem forte dependência do escravismo.
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