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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A República e a Igreja Católica no Brasil: Canudos, Contestado e Juazeiro.

  
  



Por Nilson Pereira.

A historiadora Jaqueline Hermann na coletânea historiográfica '' O Brasil republicano'' vai analisar aquilo que a historiografia vai chamar de revoltas messiânicas, na qual Canudos é a mais extensa e marcante.

Durante a primeira República, o Estado brasileiro deixa de ser um Padroado da Igreja Católica, se tornando assim um Estado Laico, porém, a Igreja Católica não perde poder, pelo contrário, até mesmo ganha.

A República via na Igreja uma importante aliada, pois a maior parte do povo era católico de formação. Por sua vez, a Igreja recebe da República isenções de impostos e a manutenção de suas terras.



Hermann, apresenta vários autores para fundamentar sua interpretação de que Canudos e os demais movimentos de cunho messiânico são expressões culturais, pois o Catolicismo brasileiro é barroco, baseado em expressões religiosas e extravagantes, um misticismo forte, sincretismo evidente, diferente demais do Catolicismo romano. O messianismo contido na expressão de Antônio Conselheiro, líder de Canudos, é um fruto deste Catolicismo barroco.


A autora vai expor também que as revoltas messiânicas são também uma expressão política e social, líderes como Antônio Conselheiro, seriam também um resultado do vácuo do poder deixado pelo falta de assistencialismo do Estado republicano brasileiro no que se refere as regiões sertanejas, e a Igreja Católica, parceira da República, vai assim condenar Canudos e os demais movimentos messiânicos, inclusive com a excomunhão dos líderes e membros dos movimentos.



A repressão da República é bastante violenta, autoritária e impositiva. A visão de Euclides da Cunha, escritor do clássico da Literatura brasileira '' Os Sertões'', é dotada de estereótipos que o governo republicano divulga sobre Antônio Conselheiro, líder de Canudos, conforme verificamos neste trecho da obra:

'' Estas e outras lendas são ainda correntes no sertão. Natural. Espécie de grande homem pelo avesso, Antônio Conselheiro reunia no misticismo doentio todos os erros e supertições que formam o coeficiente de redução da nossa nacionalidade. Arrastava o povo sertanejo não porque o dominasse, mas porque o dominavam as aberrações daquele. Favorecia-o meio e ele realizava, às vezes, como vimos, o absurdo de ser útil. Obedecia a finalidade irresistível de velhos impulos ancestrais e jugulado por ela espelhava em todos os atos a placabilidade de um evangelista incomparável''. ( Descrição sobre Antônio Conselheiro em Cunha, Euclides da. Os sertões. P. 79)




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