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domingo, 4 de setembro de 2011

Brasil – Descobrimento ou invenção?


Por Nilson Pereira.

A Historiografia atual tem desmistificado vários mitos em relação ao senso comum sobre a chegada dos europeus no território que diz respeito ao nosso País atualmente. Mitos como o que chegada da frota liderada por Pedro Álvares Cabral teria chegado em solo brasileiro ‘por acaso’,sobre os ensinamentos oriundos das escolas que possuem um caráter profundamente etnocêntrico ao idealizar este fato histórico como descobrimento do Brasil, uma vez que quando os europeus avistaram nossas terras, se depararam com homens nativos no qual atribuíram o nome de ‘’indios’’. Sem deixar de mencionar também o fato de que existem variados registros que indicam a chegada de outros povos europeus anterior aos portugueses aqui.

É bem verdade que a chegada do grupo liderado por Pedro Álvares Cabral ao Brasil conectou o território ao restante do mundo da época, por isso também devemos tomar cuidado de não cair no outro extremo. Ou seja, tentar analisar a história do Brasil com uma visão puramente indígena, pois isto seria tão equivocado quanto a visão totalmente eurocêntrica pela qual temos sido submetidos todos esses anos.

Levando em consideração que o historiador deve evitar ao máximo ser etnocêntrico (ainda que, sabendo que a total exclusão do etnocentrismo é impossível) e que na condição de historiador, devemos observar um fato histórico como uma conjuntura de eventos e não apenas com o olhar do conquistador nem muito menos do conquistado. Cientificamente o correto é tentar analisar este fato histórico conhecido como o ‘’descobrimento do Brasil’’ com um olhar o mais isento possível em relação a portugueses e índios. Embora entendendo a visão de cada um.

Considerando a idéia de que o Brasil é uma invenção (uma vez que, na chegada dos portugueses aqui, ainda não existia Brasil e sim apenas um território ocupado por índios e cheio de matas), considerando que é fato que a frota de Cabral não chegou aqui sem querer ou por acaso, e sim com a intenção de controlar as rotas marítimas que chegavam até a Índia (pois navegar pelo Atlântico Sul era um novo caminho descoberto pelos portugueses para se chegar até o Oriente), considerando que para os portugueses, não haviam descoberto uma nova nação. e a chegada em território brasileiro foi um acontecimento secundário (pois a conquista que para eles na época de fato tinha sido marcante, foi a chegada de Vasco da Gama em 1498 na Índia-vale observar que até hoje em Portugal Vasco da Gama é considerado um grande herói,Pedro Álvares Cabral não- ele possui uma importância apenas aqui no Brasil),é correto afirmar que a chegada dos portugueses em 22 de abril de 1500 e seu achamento das ‘’terras brasilis’’, tal como o seu encontro com os nativos do território, os ''índios'', é um ''marco zero'' apenas para nós brasileiros, como nos constituímos hoje,como povo e nação.

A historicidade brasileira é composta desde o inicio por uma profunda etnogênese. Cabe a historiografia dar a este fato seu devido valor na análise critica o estudo das origens brasileiras. Ao invés de analisar com um olhar eurocêntrico, ou indígena ou posteriormente afrocêntrico, devemos considerar e respeitar essa mistura de raça presentes em nosso país desde a ‘’sua origem, na análise critica de nossa História.

Vale citar o historiador Fernando Novais que em sua entrevista a revista da Fundação Perseu Abramo, na época dos quinhentos anos de aniversário da chegada dos portugueses aqui, no ano de 2000, que o eurocentrismo que envolve as origens da História do Brasil é atribuído pelo fato dos povos indígenas que habitavam em nossa terra serem iletrados, com história oral, portanto sem registros escritos. Segundo eles, o que temos são os escritos europeus, o que fez com que essa tradição predominasse até o século XX na reconstituição dos exemplos que caracterizavam a nossa história, e não apenas como a história dos europeus aqui.

Tentou-se no século XX analisar a história pelo ponto de vista dos índios, o que caracterizava-se numa etno-história. Não apenas em relação ao Brasil, mas em relação a América no geral.

Isto ocasionou um novo problema, pois os registros disponíveis para pesquisa são os textos dos conquistadores europeus.

Fernando Novais indaga sobre o que seria a História afinal, explicando que seria algo que integrasse as duas visões onde o ideal seria juntar a historia do vencedor com a historia do vencido, superar ambas e construir a historia plena. E ressaltando também que isto,na prática,talvez só seja possível na arte.