Muitas vezes ouvimos muitas vozes para nos auxiliar a tomar uma decisão, principalmente se estamos indecisos, ou sabemos o que é certo se fazer, mas não queremos, já sabemos a resposta daquilo que precisamos realizar, mas queremos ouvir os outros para respaldar nossa decisão (na maioria das vezes já sabendo que são erradas).
No texto de hoje, verificamos o momento no qual Pôncio Pilatos está para tomar a decisão final de liberar a crucificação de Jesus. O líder romano já tinha ouvido sua mulher sobre Jesus, conforme Lucas nos relata no Evangelho de sua autoria, provavelmente estava indeciso quanto ao que deveria fazer, e escolheu ouvir o povo judeu (ou na verdade uma parcela dele) quanto o que deveria fazer em relação ao induto pascoal (que liberava um preso da condenação). Então o povo, cego espiritualmente, optou por liberar Barrabás, um preso político que almejava libertar Israel de Roma, exatamente o argumento que muitos críticos judeus na época usavam para desqualificar Jesus, uma vez que estes esperavam um Messias que os libertaria politicamente, não um que viria pregar o Reino Espiritual.
Obviamente a omissão de Pilatos foi a mais importante já feita por um ser humano, mas todos os dias nós somos omissos em alguma coisa. Também empurramos tarefas ou decisões que Deus atrelou a responsabilidade a nós, e acabamos, algumas vezes, a comprometer o que deveríamos mais proteger, como Família e Igreja, por exemplo. Os filhos de Deus são levantados pelo Espírito Santo com coragem e ousadia (Josué 1:9; Filipenses 4:13; Salmos 27;14;Isaías 43:5;1 Coríntios 16:13) , que muitas vezes não vem de nós, pois todo ser humano tem medo, mas aqueles que verdadeiramente estão em Cristo superam o medo (1 João 4;18), medo de errar, medo de perderem a reputação, medo de ser julgado.
O precioso teólogo, autor e pastor Tim Keller no excepcional ''Ego Transformado'' nos ensina a prática bíblica do auto-esquecimento, onde o genuíno cristão aprende do Evangelho que é vital para a caminhada de um discípulo de Jesus se esquecer, não ter opinião negativa ou positiva de si, mas se esquecer, e esta prática vem alinhada a suprimir qualquer tipo de medo do erro, tomar a decisão correta, entendendo que Deus é Soberano, portanto se Ele nos pôs para tomar decisões, é para nós tomarmos, ouvindo pessoas pontuais, que caminham com Ele (prioritariamente), mas entendendo que é covardia usar os outros de escudo. Tomar decisões é difícil, mas necessário, afinal, nos faz crescer e crescer nas nossas vidas é se tornar semelhante a Jesus. Cristãos maduros.
Que o Senhor nos conduza a um período de nos fecharmos Nele e nas pessoas que Ele escolhe para caminhar conosco, de modo que possamos parar de ouvir diversas vozes e possamos ouvi-Lo mais, afinal, segui-Lo muitas vezes significa desafiar a lógica humana, ser chamado de louco e ir de contra mão ao mundo e suas ideologias. Assim seguiremos vivendo os preceitos bíblicos sendo Sal que salga a Terra, e Luz que ilumina o mundo! Sejamos sábios de acordo com a Escritura.
Nilson Pereira