Por Nilson Pereira.
Aqui vai uma pequena síntese de um dos meus livros favoritos, escrito por um dos homens mais importantes da minha vida, sintetizado por homens fundamentais para a minha formação como John Stott e John Wesley.
Estudando História aprendi o quão é importante um texto cujo a forma se destaca das demais que um ser humano pode expressar na forma da escrita: o panfleto. Um único exemplo do que estou citando pode ser o ''Manifesto Comunista'', escrito por Karl Marx e Frederich Engels, que até hoje é considerado a mais importante e imprecendível obra sobre o movimento comunista.
Textos panfletários contém toda a síntese de um pensamento, de um estilo de vida, de uma intelectualidade prática, ativista, esclarecedora, atraente e por muitas vezes definidora.
A Bíblia é muito mais do que as Escrituras Sagradas para nós cristãos, é também uma coletânia única na humanidade de diversos estilos de escrita humana. Na Bíblia temos crônicas, cartas, romance não fictício, poesias, textos de retórica, apologéticos, entre outros.
A Bíblia também tem seu panfleto. Um dos livros mais importantes da minha vida, o livro canônico de Romanos. Uma obra-prima de um dos homens mais importantes da História, da minha vida intelectual e o mais importante, da minha vida cristã. o Apóstolo Paulo.
Apóstolo de verdade, que carregou as marcas de um cristão, da cruz, físicas, psicológicas e de qualquer forma. Apóstolo que faz com que qualquer cristão sério e reformado tenha repulsa dos que se dizem apóstolos hoje em dia, milionários e que andam com segurança, carro importado e toda a sorte de conforto que o Capitalismo pode oferecer. Bando de hipócritas fariseus. Que Deus tenha misericórdia destes.
Romanos é uma carta do Apóstolo dos gentios para a Igreja que na cidade Eterna funcionava. Roma era de longe a cidade mais cosmopolita da Antiguidade, um espécie de ''capital do mundo'', no auge do Império Romano e da perseguição a cristãos, uma Igreja que funcionava sobre o estigma da perseguição e do anonimato, uma Igreja composta por toda a espécie de nacionalidades e origens, uma Igreja que exalava o que é o Reino de Deus sobre a Terra. Um livro que diz muito sobre a sociedade judaico cristã, não apenas na Antiguidade, mas na Idade Contemporânea também.
Em um outro texto deste blog, falei sobre o ímpeto de Paulo ir a Roma e conhecer a Igreja que lá ficava,(http://nopphistoriador.blogspot.com.br/2011/03/uma-vida-com-proposito-ou-um-proposito_21.html) o que aumenta ainda mais a concentração e dedicação que o Apóstolo teve ao escrever esta carta panfleto da vida cristã.
Romanos é um livro sensacional, muito bem escrito, uma das mais importantes sínteses da Apologética cristã. Um fator decisivo em forma de livro sobre o estilo de vida de um cristão, um ensinamento único do Altíssimo utilizando-se das palavras do Apóstolo Paulo. Não é exagero dizer que, quem quer ser um cristão de verdade tem de estudar e dominar o conhecimento contido no livro de Romanos.
Selecionei aqui dois capítulos do livro que tratam sobre a relação entre o cristão, Deus, e o pecado, os capítulos 5 e 6.
Minhas orações são que o Senhor esclareça de forma claro e objetiva este assunto tão importante e que nós por muitas vezes oscilamos no seu entendimento. Que Deus nos abençoe. A versão é a NVI (Nova Versão Internacional).
Romanos 5:
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus,
por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na
qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações,
porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado,
esperança.
E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu
amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.
De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo
morreu pelos ímpios.
Dificilmente haverá alguém que morra por um justo; pelo
homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer.
Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso
favor quando ainda éramos pecadores.
Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais
ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele!
Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com
ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados,
seremos salvos por sua vida!
Não apenas isso, mas também nos gloriamos em Deus, por meio
de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante quem recebemos agora a reconciliação.
Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por
um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens,
porque todos pecaram; pois antes de ser dada a lei, o pecado já estava no mundo.
Mas o pecado não é levado em conta quando não existe lei.
Todavia, a morte reinou desde o tempo de Adão até o de
Moisés, mesmo sobre aqueles que não cometeram pecado semelhante à transgressão
de Adão, o qual era um tipo daquele que haveria de vir.
Entretanto, não há comparação entre a dádiva e a
transgressão. Pois se muitos morreram por causa da transgressão de um só, muito
mais a graça de Deus, isto é, a dádiva pela graça de um só homem, Jesus Cristo,
transbordou para muitos!
Não se pode comparar a dádiva de Deus com a conseqüência do
pecado de um só homem: por um pecado veio o julgamento que trouxe condenação,
mas a dádiva decorreu de muitas transgressões e trouxe justificação.
Se pela transgressão de um só a morte reinou por meio dele,
muito mais aqueles que recebem de Deus a imensa provisão da graça e a dádiva da
justiça reinarão em vida por meio de um único homem, Jesus Cristo.
Conseqüentemente, assim como uma só transgressão resultou na
condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na
justificação que traz vida a todos os homens.
Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem
muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único
homem muitos serão feitos justos.
A lei foi introduzida para que a transgressão fosse
ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça, a fim de que, assim como o pecado reinou na morte, também a
graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo,
nosso Senhor.
Romanos 6
Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça
aumente?
De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como
podemos continuar vivendo nele?
Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em
Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte?
Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do
batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a
glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.
Se dessa forma fomos unidos a ele na semelhança da sua
morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição.
Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com
ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do
pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado.
Ora, se morremos com Cristo, cremos que também com ele
viveremos.
Pois sabemos que, tendo sido ressuscitado dos mortos, Cristo
não pode morrer outra vez: a morte não tem mais domínio sobre ele.
Porque morrendo, ele morreu para o pecado uma vez por todas;
mas vivendo, vive para Deus.
Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas
vivos para Deus em Cristo Jesus.
Portanto, não permitam que o pecado continue dominando os
seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos.
Não ofereçam os membros dos seus corpos ao pecado, como
instrumentos de injustiça; antes ofereçam-se a Deus como quem voltou da morte
para a vida; e ofereçam os membros dos seus corpos a ele, como instrumentos de
justiça.
Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão
debaixo da lei, mas debaixo da graça.
E então? Vamos pecar porque não estamos debaixo da lei, mas
debaixo da graça? De maneira nenhuma!
Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe
obedecer como escravos, tornam-se escravos daquele a quem obedecem: escravos do
pecado que leva à morte, ou da obediência que leva à justiça?
Mas, graças a Deus, porque, embora vocês tenham sido
escravos do pecado, passaram a obedecer de coração à forma de ensino que lhes
foi transmitida.
Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se escravos da
justiça.
Falo isso em termos humanos por causa das suas limitações
humanas. Assim como vocês ofereceram os membros dos seus corpos em escravidão à
impureza e à maldade que leva à maldade, ofereçam-nos agora em escravidão à
justiça que leva à santidade.
Quando vocês eram escravos do pecado, estavam livres da
justiça.
Que fruto colheram então das coisas das quais agora vocês se
envergonham? O fim delas é a morte!
Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram
escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida
eterna.
Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de
Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.